Tuesday, April 22, 2008

O Clássico Interminável

Hey!

Domingo foi dia de jogo.

São Paulo e Palmeiras se enfrentaram pelas semi-finais do Campeonato Paulista.

O Palmeiras não só ganhou: sobrou na partida. Se Muricy foi exemplar na primeira metade do confronto da semana passada, anulando as principais peças alvi-verdes no meio-campo e marcando os dois laterais, ontem foi Luxemburgo quem inverteu o jogo. Melhorou a saída de bola com a entrada de Martinez, marcou a saída de bola avançando os atacantes e anulou Adriano (e mais tarde, Borges) com as antecipações de Gustavo e Henrique. As únicas armas reais do São Paulo foram os cruzamentos quase-letais de Jorge Wagner e as parcas descidas de Hernanes e Júnior, todas devidamente rechaçados pela defesa palestrina.

O Palmeiras venceu não só pela estratégia de seu técnico, hábil na linguagem da bola e infeliz nas declarações fora de campo, mas pela qualidade e empenho de seu elenco. A bolada investida pela Traffic fez com que o clube tivesse, pela primeira vez em anos, um grupo que - entre titulares e reservas - se completa. Pierre, fundamental no decorrer de todo o campeonato, não jogou. Alguém percebeu?

É um mérito que, durante muito tempo, fez parte do cardápio de virtudes apresentado pelo clube do Morumbi. E que hoje não faz mais. O São Paulo sentiu a falta de jogadores eficientes em seu banco de reservas e - pela primeira vez depois de muito tempo - pagou o preço de ter contratado peças que se mostraram equivocadas durante o Paulistão. Joílson e Juninho não se encaixaram no esquema e já sofrem rejeição por parte da torcida. Carlos Alberto seguiu à risca o papel que lhe deram nos palcos futebolísticos, e já arrumou as malas. Fábio Santos, em sua incapacidade de segurar os avanços desconcertantes de Valdívia, demonstrou o que muita gente já sabia: não tem cacife para substituir Zé Luis ou Richarlyson. Só Adriano se salvou. Mas se os Césares de verdade não conseguiram evitar a queda de Roma, o Imperador do Morumbi - sozinho - também não foi capaz de salvar a nação tricolor.

Minha vontade era acabar o texto aqui, com alguma frase de efeito exaltando a vitória do meu time do coração. Mas tem mais.

No intervalo do jogo, alguém borrifou um gás desconhecido e nocivo no vestiário do São Paulo. Incapazes de permanecer no local, jogadores e comissão técnica voltaram ao gramado. Os jogadores receberam as orientações de um Muricy sofrendo de náuseas, sob os olhares e coros furiosos de mais de 20.000 palestrinos.

É o tipo de ato vergonhoso que não tem desculpa. Houve um empenho muito grande da diretoria do Palmeiras em trazer o jogo para o Parque. Empenho jogado fora graças a um ato estúpido e inconsequente, que deve invariavelmente culminar com a interdição do estádio.

Por outro lado, é ponto pacífico que o incidente não afetou o time do São Paulo. Pelo menos não a ponto de influir no resultado. Também fica claro o exagero ao final da partida, quando os jogadores tricolores se amontoaram nos corredores, teoricamente impedidos de adentrar aos vestiários graças à presença do gás lançado quase uma hora antes. Seguiram direto para o ônibus, sem banho e distribuindo reclamações aos repórteres no decorrer do caminho.

Sem esquecer o "tapa" de Rogério Ceni em Valdívia, que foi marrento, catimbeiro e provocador, sim. Como foram tantos outros ídolos da história do futebol. Quem viu o jogo sabe que o chileno provocou muito mais com a bola nos pés do que com gestos. Foi inteligente até, ao não revidar as agressões adversárias.

O que fica muito claro ao meu ver, é que tudo isso, toda a confusão envolvendo as duas agremiações é culpa da rivalidade criada entre as duas diretorias. Foram farpas e mais farpas durante a semana, enquanto jogadores se esforçavam para evitar declarações polêmicas e a polícia se preocupava em evitar confrontos de torcedores no domingo. Culpa da cúpula sãopaulina, que de tanto ouvir que o clube era de primeiro mundo, resolveu incorporar a impáfia e arrogância que os clubes europeus não tem. Culpa dos cabeças palmeirenses que se deixam levar pelas provocações e se esforçam para "responder à altura".

O destempero do comando relfete no campo e, por sua vez, no espetáculo.

Que daqui para frente, o São Paulo cuide de seus objetivos na Libertadores e que o Palmeiras se preocupe com a Copa do Brasil e as finais do Paulistão.

Já passou da hora do clássico terminar.


Cheers!

T.

2 comments:

Pedro Marinelli said...

Fala ai Dr. T!
Curto seu trabalho a muito tempo e tenho acompanhado as novidades do blog ja faz um tempinho...^^
To fazendo uma passagem "solidaria".Lembro que ja faz um tempo vc reclamou que a galera ñ tava comentando...E ñ é que é verdade!Ate o Wookie rendeu + comentarios doque os ultimos posts XD
Mas mudando de assunto...Teb=nho achado super legau vc contar como é o processo de criação dos livros do romance de tormenta, isso ja é uma pequena mas muito valida fonte de inspiração pra galera como eu que tenta entrar na carreira de escrirtor da area de RPG,fora q deixa a outra galera,que como eu adora tormenta, com água na boca p/ colocar as mãos nessa obra literaria que promete...^^

Bom...É isso, ate+!!!

Lê Acauan said...

Era pra ter sido 4 x 0.

Culpa do Diego Souza e do Lenny (o último da até pra perdoar, o guri joga muito).