Thursday, July 31, 2008

Tormenta: As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury - Episódio 3

Oy!

E aqui estamos de volta.

"As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury" é uma série em capítulos sem periodicidade definida (por enquanto), ambientada em Arton, o mundo do RPG Tormenta D20.

Para ler os capítulos anteriores, basta clicar no link correspondente

- Capítulos 1 e 2
- Sketchbook


As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury
Episódio 3


E então eu havia pulado para dentro da arca de maneira corajosa e resoluta em busca de Dreevack.
Havia encarado o nobre desafio de salvar meu amigo sem nem mesmo saber se ele estava lá para ser salvo. Tinha mergulhado rumo ao desconhecido sem temer pela minha própria vida.

Não soa bonito, escrito assim desse jeito?

Pois bem. Acho que já deu para sacar que aquela não era uma arca qualquer, certo? Sei que eu não tinha dito isso ainda...mas sei lá...a luz, o vento estranho, os barulhos esquisitos. É pista mais do que suficiente se você não for um goblin. Ou uma pedra. Ou Dreevack.

Por conta disso, acho que não vai ser surpresa para ninguém se eu contar que quando me joguei dentro dela, tudo o que não aconteceu foi dar com a cara no fundo de madeira. Muito pelo contrário, já que o negócio não tinha fundo. Pelo menos não o fundo que deveria ter.

Gente que cai de algum lugar em geral cai por pouco tempo, até se espatifar. Quando lembro desse dia tenho a impressão de que a queda durou não minutos ou horas, mas dias. O buraco era como um fosso cheio de escuridão até a boca, do tipo que dá quase para pegar com a mão e guardar no bolso.

Tudo o que dava para saber é que eu estava caindo para algum lugar, mas a sensação não era a mesma de quando se cai do telhado de casa ou de uma árvore tentando ver a vizinha trocar de roupa. Era mais como se eu estivesse flutuando ao contrário. Para baixo ao invés de para cima. Só que bem mais rápido. Algo entre a velocidade de uma pedra e de uma pena de ganso. Ou de uma maçã meio comida e uma mantícora grávida. Algo assim.

Confuso, não? Eu sei. Depois fica pior.

Para ser bem sincero, não me lembro direito como é que cheguei ao fundo. Acho que tudo demorou tanto que acabei dormindo no meio do processo, porque me lembro muito bem de sentir o cheiro de coelho ensopado e só depois abrir os olhos.

* * *

Não vou nem fazer muito suspense: era uma caverna.
Ou melhor, o salão enorme dentro de uma caverna iluminada por tochas presas às paredes. No meio dela havia eu, uma fogueira, um caldeirão e um velho.

Só para avisar: vou usar o termo “velho” aqui porque é o único termo existente na língua comum que se aproxima do que eu quero descrever. Existe uma palavra quase impronunciável, mas muito mais adequada, em Orc que significa algo como “muito mais velho que a mãe da tia da prima da sua irmã depois de perder o último dente”. Era basicamente isso.

Fiquei deitado espiando com um olho fechado e o outro meio aberto e tudo o que ele fazia era mexer o caldeirão com uma enorme colher de ferro mais enferrujada que pá de coveiro. Estava sentado em cima de um tipo de esteira, com as pernas cruzadas, enrolado num manto gigante de várias camadas, feito de retalhos de todos os tecidos e cores que um moleque como eu podia imaginar. O cabelo branco escorria reto feito macarrão seco até o chão e na cabeça tinha um chapéu verde com as abas mais largas que já vi na vida.

Eu bem que preferia ficar ali deitado até que acontecesse algo digno de nota ou rezando para que não acontecesse absolutamente nada, mas meu estômago discordava insistentemente da minha pessoa. Em voz alta.

Estava ali, perdido no meu dilema, quando ouvi a voz do velho.

- Quer coelho?

E eu aceitei.

Afinal, porque não? A comida parecia mesmo boa. Coelho ensopado com ervas, que lembrava muito o que minha mãe fazia. Por um instante lembrei da minha família. De como eles poderiam estar nesse exato momento procurando por mim ou esperando em vão que eu voltasse.

Só então lembrei de Dreevack. Olhei em volta e tudo o que vi foram pedras, poças d’água, ossos de coelho e uma minúscula horta seca e inútil, que parecia completamente fora de lugar.

- Que lugar é esse? – perguntei tentando parecer o mais informal possível. Como alguém que vai até uma estalagem almoçar, gosta do estabelecimento e faz questão de anotar onde é só para poder voltar em uma próxima oportunidade.

O velho esticou os braços estalando os ossos sem a menor pressa.

- A Caverna. – respondeu puxando umas das pernas de coelho de dentro do caldeirão e jogando no prato.

Certo. Muito elucidativo.

- E onde fica a Caverna?

Uma mordida na perna de coelho. Duas mordidas na perna de coelho. Três séculos passados no mundo lá fora.

- Na Montanha.

Dá pra perceber onde isso vai parar não dá? Me levantei aos poucos e me espreguicei enquanto olhava em volta. Já tinha notado antes, mas naquele momento confirmei o fato: não havia nenhuma saída. Nenhum buraco, porta, alçapão, janela, escotilha. Nada.

- E a Montanha?

Dessa vez o velho não respondeu. Ao invés disso, continuou arrancando e mastigando a carne da perna do coelho com a meia dúzia de dentes bons que ainda tinha na boca. E quando não havia mais nenhum fiapo de carne, passou a chupar e lamber o osso fazendo barulho. Mas não como, por exemplo, seu avô faz na mesa depois do jantar enquanto sua avó reclama, sua mãe ri sem graça e seu pai aproveita pra se esgueirar até a rinha de galos mais próxima acompanhado de dois ou três amigos bêbados. Era um jeito meticuloso, quase artístico. Ele botava na boca e então tirava, raspava com a unha, passava nos dentes e lustrava com a ponta do manto. Então examinava e colocava na boca de novo.

Depois de muito tempo o velho olhou o osso mais uma vez, virou, revirou e, finalmente, parou. Um olho fechado e o outro arregalado, apontando na minha direção. E perguntou:

- Você é o Escolhido?

* * *

Vejam...não é uma pergunta fácil de ser respondida. Até onde eu sabia nunca ninguém tinha me escolhido para nada a não ser limpar esterco, carpir o terreno ou dar comida às galinhas mas a gente nunca sabe, não é?

No lugar onde eu morava, os mais velhos contavam a história de um rapaz chamado Arun Owit, que passou a vida inteira como carpinteiro em Hershey sem saber que, na verdade, era um escolhido do deus supremo Khalmyr, destinado a limpar Arton de todo o Mal e trazer uma nova era de luz e justiça ao Reinado. Pois bem.

Quando o fulano morreu atropelado por uma manada de trobos desgovernados sem nunca ter sequer visto uma espada direito e foi parar em Ordine, o plano onde as almas são julgadas, Khalmyr o chamou e perguntou por que não havia feito nada do que havia sido planejado para sua vida. Arun coçou a barba, apontou o dedo furioso e respondeu: “Alguém podia ter me avisado, não?”.

Meu caso podia ser o mesmo! E eu com certeza não queria acabar do mesmo jeito! Talvez estivesse destinado a feitos ainda maiores. Gorvernar um reino. Derrotar um dragão-rei. Me tornar um deus menor...

O problema é que eu sabia que era mentira. Era só um jeito de valorizar uma existência curta até aquele momento, é verdade, mas extremamente besta na visão global das coisas. No final das contas, Rykaard Ackhenbury era só o filho de um humilde fazendeiro e uma costureira, que havia se metido em uma enorme enrascada tentando se tornar o que jamais teria capacidade de ser: um herói de verdade.

Dentro de tudo isso, refletindo e considerando todos os fatores de maneira lógica e racionao, minha resposta só podia ser uma:

- Sim.

Houve um silêncio quebrado apenas por um risinho abafado de satisfação vindo do velho.

Ele se levantou e pôs-se a tirar coisas de dentro do manto de maneira frenética. Nem parecia o homem lerdo e sonolento de um instante atrás. Sem parar, pegava dezenas de potes cheios de pós estranhos e jogava dentro do caldeirão dizendo palavras bizarras às vezes baixinho, às vezes berrando com uma voz retumbante de trovão.

Eu não entendia nada daquilo, mas se tivesse que chutar, diria que eram temperos. Juro que vi um pedaço de pimenta bater no fundo do caldeirão. E essa era a parte esquisita. Porque além das coisas que ele jogava não havia nada lá dentro além de água e uns poucos legumes. Parecia a receita de um ensopado, mas tinha certeza que nao havia mais nenhum coelho por ali.

Se o prato era mesmo aquele, faltava alguma coisa.

E enquanto um fio gelado de suor escorria pelas minhas costas, percebi exatamente o que era.


Cheers!

T.

Hitlist 2 - Parte 4

Eae!

Finalmente, a última parte da lista de filmes!

Se você não leu as outras três partes, não se desespere! Basta clicar na ordem aqui, aqui e aqui.

Gladiador (Gladiator) - Épico romano que retrata a vida e a luta do injustiçado general Maximus Decimus Meridias. Sangue, batalhas em arenas e performances grandiosas de Russell Crowe e Joaquin Phoenix.


A Fonte da Vida (The Fountain) - Projeto ambicioso de Darren Aronofsky que só saiu do papel depois de superar muitos problemas de produção. O papel principal, que era de Brad Pitt, foi parar nas mãos do "Wolverine" Hugh Jackman. Não é dos filmes mais fáceis desta lista e é preciso um pouco mais de sensibilidade para entendê-lo, mas vale a pena ainda assim.


Coração Valente (Braveheart) - A história do heróis escocês Willian Wallace e sua busca pela liberdade, filmada pelo "ex-máquina mortífera" Mel Gibson. Na época ficou conhecido pelas colossais batalhas campais com grande quantidade de extras. Gibson deve ter chorado ao assistir "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei".


A Estrada Perdida (Lost Highway) - David Lynch ficou conhecido depois de fazer um seriado maluco chamado "Twin Peaks". Depois ficou ainda mais famoso por fazer filmes malucos, como "A Estrada Perdida". O melhor modo de apreciar a obra de Lynch é dar uma de maluco também e desistir de entender.


Os Suspeitos (The Usual Suspects) - Bryan Singer - o cara que botou os X-Men na tela com suas roupas de couro modernosas - viu a carreira decolar com este longa: um thriller policial com um roteiro pra lá de genial. Se falar mais que isso estraga. Mesmo. Obrigatório.


Peixe Grande e Outras Histórias (Big Fish) - Tim Burton é um diretor aclamado com poucos deslizes e muitos sucessos. "Peixe Grande" faz parte da segunda categoria. A estética bizarra/gótica do cineasta combina perfeitamente com a história e acrescenta muito à narrativa. Ponto também para a atuação de Ewan "Obi-Wan Kenobi" McGregor, que aqui troca o tradicional sotaque escocês pelo inglês do interior norte-americano.

Anjos Rebeldes (The Prophecy) - Filme ícone da metade dos anos 90, "Anjos Rebeldes" parece feito sob medida para RPGs como World of Darkness ou Trevas (Ok. Tá mais para
o contrário): duas facções de anjos batalham na terra por uma alma que pode encerrar a guerra no reino dos céus. Não parece bom? Conta com o ótimo Christopher Walken no papel de um vilânico anjo Gabriel e uma curta, porém memorável, participação do então desconhecidíssimo Viggo Mortensen.

Assassinos por Natureza (Natural Born Killers)
- Oliver Stone pegou uma versão alterada de um roteiro original de Quentin Tarantino (que não gostou muito da idéia) e o transformou em um dos grandes filmes da década de 90. A história conta a trajetória sanguinária do fictício casal de assassinos Mickey (Woody Harrelson) e Mallory (Juliette Lewis) e a transformação da dupla em popstars.

O Iluminado (The Shining) - Só Stepehen King não gostou da adaptação que Stanley Kubrick fez de seu livro. Para o autor, Jack Nicholson por si só já parecia um psicopata, o que podia estragar de certo modo as surpresas da história que mostrava a deterioração mental de um escritor que resolve se hospedar com a família em um hotel mal-assombrado. A crítica e o público discordam até hoje.

The End!

Cheers!

T.

A Volta de 3D&T - Bastidores

Hola!

Como todo mundo já sabe a essa altura, 3D&T vai voltar com um novo manual, desta vez pela Editora Jambô.

Como curiosidade, o Cassaro gentilmente cedeu ao Laboratório o exato diálogo entre ele e o Guilherme - com uma ediçãozinha ou outra - via Messenger que acabou culminando na idéia de trazer de volta o sistema introdutório mais querido do país.


Guilherme: Tu tinha que estar aqui na loja agora...

Capitão Ninja: É? Por quê?

Guilherme: Um pessoal organizou umas mesas de RPG de Harry Potter aqui, tem umas trinta pessoas jogando 3D&T.

Capitão Ninja: Isso não é possível!

Guilherme: Estão usando a adaptação de Harry Potter que saiu na Dragão Brasil.

Capitão Ninja: Mas esse pessoal não larga mesmo o 3D&T...

Guilherme: Não tem sistema melhor para leigo.

Capitão Ninja: Fala que eu mando um abraço, e que eles são teimosos feito mula.

Guilherme: Hahahahahah

Capitão Ninja: Tive uma idéia maluca agora. Vem cá, por acaso vocês querem fazer um novo Manual 3D&T?

Guilherme: Nunca pensei nisso...

Capitão Ninja: Nem eu. Até agora.

Guilherme: Que um sistema para iniciantes está fazendo falta no Brasil, é evidente.

Capitão Ninja: Você sabe, eu parei de trabalhar com 3D&T porque a antiga editora deixou de fazer os acertos de direitos autorais.

Capitão Ninja: E pior, usavam a verba das vendas para sustentar a Dragão (quer dizer, aquilo em que a Dragão se tornou) depois que saímos.

Capitão Ninja: Esses são problemas que não existem mais.

Guilherme: Temos que ver até que ponto Reinos de Moreania vai cumprir a função de RPG para iniciantes. Porque dependendo disso, valeria ou não investir no 3D&T.

Capitão Ninja: Mo­reania não pode substituir 3D&T porque não é genérico. É bem específico para estilo D&D.

Capitão Ninja: More­ania é introdutório para o próprio D20, que é o carro-chefe da editora.

Guilherme: E 3D&T, atrai para o RPG em si.

Capitão Ninja: Sim. Vejam aí o que acham.


E sabem o que é melhor? Já vi o pdf preliminar e tá muito legal. Diagramação leve, várias ilustrações e novo formato. Tudo o que os fãs esperam há um bom tempo.

O novo 3D&T está em fase de revisão e ainda não tem data de lançamento.

Cheers!

T.

Dragon Slayer #21 - A Capa (ou quase)!

Hi!

Ok. Eu avisei que não tava pronta, mas vocês pediram, imploraram, se arrastaram, se ajoelharam e me encheram o saco!

Então lá vai: segue a incrível ilustração do nosso não menos incrível Rod "Zuleba Jones" Reis, que servirá de capa para a nova edição da Dragon Slayer!



Cheers!

T.

Wednesday, July 30, 2008

Hitlist 2 - Parte 3

Aye!

"A long time ago, in a galaxy far far away", decidi fazer uma lista de filmes para indicar aqui aos leitores do Laboratório.

O problema com essas coisas é que elas vão ficando a cada dia maiores e quando você percebe, tem uma lista gigantesca de filmes para descrever e linkar.

Como a gente tarda mas não falha, este post trás a terceira parte da lista. Se você perdeu as duas primeiras, não tem problema. É só clicar aqui e aqui.

E vamo em frente que agora falta pouco...

Tempo de violência (Pulp Fiction) - Clássico dos clássicos modernos. O filme que consolidou a carreira de Tarantino, tirou John Travolta do ostracismo e transformou Samuel L. Jacckson no "bad ass" mais famoso de Hollywood. Isso sem contar a trilha obrigatória e a citação à Bíblia mais famosa da história.

Os Infiltrados (The Departed) - Difícil não indicar um filme de Martin Scorcese. Mark Wahlberg, Matt Damon e Leonardo de Caprio mandam bem na tensa história de policiais e bandidos que se misturam. Mas quem rouba o show mesmo é o bom e velho Jack Nicholson.

Reviravolta (U-Turn) - Ótimo filme de Oliver Stone, supreendentemente ignorado pela maioria das pessoas. Detalhe para a participação de uma J-Lo em início de carreira e para a atuação sofrida de Sean Penn.

O Hospedeiro (Gwoemul) - Difícil acreditar na presença de um filme sul-coreano nesta lista, mas aconteceu. Filme de monstro de primeira, que inclusive tira sarro de si mesmo. O bichão em 3D é surpreendentemente bem feito.


Fantasia (Fantasia) - Quando Walt Disney resolveu juntar música clássica e animação em um longa metragem colorido, sem falas e para o cinema, todo mundo achou que o pai do Mickey tinha endoidado. Ainda bem que todos estavam errados, menos o velho Walt. Assistindo hoje em dia é quase impossível acreditar que todos aqueles efeitos foram feito à mão, na raça, há mais de 60 anos.


A Vila (The Village) - Tem quem não goste, tem quem ache besta e óbvio. Para azar ou sorte de vocês, não sou um desses. "A Vila" é o tipo do filme que estraga se você preferir se esforçar para ser mais esperto que o diretor ao invés de relaxar e aproveitar a climática trilha sonora, o ritmo cadenciado da narrativa e os ótimos enquadramentos.


Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon) - Mais um filme de assalto e mais uma atuação primorosa de Al Pacino. Um dos grandes clássicos do gênero.


Requiém Para Um Sonho (Requiem for a Dream) - Apesar de abordar sobretudo o tema das drogas, "Requiem Para Um Sonho" - do talentoso diretor de nome complicado, Darren Aronofsky - é um filme sobre vícios em geral. Ambição, vaidade, dependência. É um filme pesado e perigoso. Vale apena assistir, mas pode estragar seu dia.



Assim que possível, a parte 4.

Cheers!

T.

Área Cinza: Promessa Escrita em Pedra!

Aloha!

Pois é, depois de passar DEZ DIAS sem um único postzinho, Rafael Rocha, dono do Área Cinza, resolveu recompensar seus leitores com uma promessa: durante os próximos 10 dias o rapaz irá postar pelo menos duas vezes por dia.

Cá entre nós, acho pouco. Mas já é melhor que nada, não?

O acordo vale a partir de amanhã. Não sei vocês, mas eu vou ficar de olho...

Cheers!

T.

Dragon Slayer #21!

Yo!

Com a edição quase toda revisado e pronta para ser entregue à Editora Escala, chegou a hora de divulgar o índice da Dragon Slayer #21! Que rufem os tambores!

Notícias do Bardo - Tormenta: Guia do Viajante.

Encontros Aleatórios - A Paladina mudou para 4ª Edição?!

Reviews - Mutantes &Malfeitores, Galrasia: Mundo Perdido, Keep on the Shadowfell.

D&D 4E - Dez motivos para você jogar a nova edição, e outros dez para você mandar a 4E
catar coquinho.

Background - Será que seu personagem é um chato perfeito?

Mestre da Masmorra - Os bastidores do retorno de 3D&T.

Pathfinder - Exclusivo! Conheça o feiticeiro do jogo que pretende substituir
Dungeons & Dragons.

O Pacificador - Uma classe de prestígio para quem não mata, mas também não leva
desaforo pra casa.

Mundo Perdido - As classes de prestígio de Galrasia.

Dragon Vec Z - Vectorius contra o dragão da Tormenta!
(Mentira, o nome não é esse, não...).

Triunphus Reloaded - Uma das primeiras cidades de Tormenta, atualizada, revisada
e turbinada.

Raça & Classe - Chegou a vez dos elfos e seu redutor de Constituição, maldito seja...

DBride - Última parte! (e não sabemos qual será a próxima HQ).

É isso aí. 3D&T vai voltar, vamos ter a luta de Vec contra o Dragão da Tormenta no preview do fim da trilogia de romances e ainda a revelação do bombástico título do livro!

É só aguardar mais um pouquinho...

Cheers!

T.
PS. divulguem, mas se puderem dar o link do blog ao invés de copy/paste no texto, a gente agradece.

Tuesday, July 29, 2008

MUSE!

Hey!

No segundo Carecast um dos temas foi a banda inglesa Muse. Falamos um pouquinho do estilo musical dos caras e demos a notícia de que eles iriam tocar aqui em São Paulo (Brasília e Rio também) no fim do mês.

Pois é. Apesar de ser uma das minhas bandas favoritas pensei muito antes de comprar o ingresso. Não que eu tenha alguma dúvida de que o show vai ser um absurdo de bom, mas pelo preço mesmo. Em teoria não acho que qualquer banda do mundo mereça que eu pague 160 reais pra ir ao show. Daí o dilema.

O problema é que o raciocínio está todo errado. É, o preço é abusivo mesmo. Mas fazer o que? É Brasil. A gente paga 160 reais e ainda tem que se matar pra arranjar um jeito de chegar até o lugar, que é no raio que o parta. E rezar pra que tudo funcione direitinho e a infra-estrutura seja das mais decentes. Só que se os caras não merecem que eu pague os 160 reais, EU mereço gastar meus 160 reais pra ver uma banda dessas. Apesar de todos os problemas, a gente precisa lembrar que shows assim não acontecem todos os dias.

Afinal, aqui é Brasil, certo?

Para quem ainda não se empolgou em conhecer mais a banda ou - por um motivo ou outro - não vai poder ir ao show, ficam aí três vídeos ao vivo escolhidos a dedo: New Born (clássico da banda), Knights of Cydonia (conhecida por fazer parte da trilha do jogo Guitar Hero III) e Feeling Good (cover da grande Nina Simone).







Cheers!

T.
(agradecimentos especiais a Fergs e Igor)

Wednesday, July 23, 2008

I Like Chinese!

Yá!

Depois de ver meu post sobre a China e o McDonald's, o Luiz (do Subáca! 1.5) fez uma descoberta incrível.

Para saber qual é, please, clique na cara do Chen, meu simpático amigo jogador de RPG que apesar de ter sido criado em Jundiaí e atualmente morar na Bahia, nasceu mesmo na China!

Abraço Chinês!


Cheers!

T.

Tormenta: As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury - Sketchbook

Alô!

Faz um tempo, tive uma idéia para usar a série do personagem Rykaard Ackhenbury e, pra isso, precisava de alguma ilustrações. O projeto não vingou, mas os sketches feitos pelo Danilo Martins (também conhecido como Terrificatio no fórum da Jambô) ficaram bem legais. E já que resolvi liberar os textos, nada mais justo que mostrar também a arte do rapaz (que inclusive serve de preview para o terceiro episódio).

Rykaard Ackhenbury


Rykaard e Dreevack



O Velho


O Velho, Rykaard e o caldeirão


A Arca

Quem quiser, pode checar mais artes legais inspiradas em Arton (ou não) no site do garoto. É só clicar no link.

Cheers!

T.

Nerd Colection!

Opa!

No começo do blog postei aqui uma coleção de nerdices/souverniers que juntei no decorrer dos anos. Segue ai a nova versão, ampliada e revisada.


Mais ou menos na ordem:

- placa de Staff Only (pra por na porta durante as gravações do podcast)
- "Elijah, the golem" (pelo menos é o nome que veio na caixa)
- a chave do baú do pirata Davy Jones
- display do filme Sexta-Feira XIII - Parte VII (provavelmente roubado de alguma locadora)
- tábua Oui-Ja (aquela pra conversar com os espíritos, ser possuido e vomitar verde)
- Ipod Classic (totalmente inoperante)
- ficha do Clube Vegas (que é mais legal que a própria balada)
- Mace "Muthafuckah" Windu e seu sabre púrpura
- Magic Eight Ball (que prevê o futuro. Mesmo)
- lata de Guinness vazia (de 1998)
- Urso bizarro
- Batman (versão Animated)
- Crânio de borracha (dentro tem um cérebro transparente. Quando você espreme, ele sai pelos olhos:)
- Compacto lacrado e importado do Muse (baixei as músicas em .mp3)
- Batman (versão dos quadrinhos, lutando contra um dos capangas do Darkseid)
- Carrinho de F1 genérico
- Cartão VIP do Omalleys, 666
- Set de "Os Simpsons", da série Springfield Rocks
- Faixa de Campeão Paulista de 2008

Cheers!

T.

Igor, Geek Master!

Hey!

Essa vale um post separado do making of. Neste vídeo, o grande Igor mostra porque merece fazer parte do Laboratório do Dr. Careca!



Cheers!

T.

Carecast #3 - The Making of!

Ahoy!

Com o nosso terceiro Carecast já gravado e em processo de edição, é hora de mais um making of! Aeeeeeee! E só pra avisar: nada disso é culpa das latinhas vazias de cerveja ali em cima da mesa. Além do mais, o Igor não bebe.

Em muitas vezes o melhor comentário é o silêncio


"Muito engraçado, Dr. Jones!"


"Enough, Batman! I have had it with these mother**cking snakes on this mother**cking ...UGH!"


"Ok,ok...chega de ovinhos de amendoim!"


"Ho, ho ,ho!"


Cheers!

T.

Tuesday, July 22, 2008

Tormenta: As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury

Opa!

Agora que deixamos o centésimo post pra trás, vale uma comemoração de verdade não? E comemoração sem presente não tem a menor graça.

No dia primeiro de abril, entre várias brincadeiras, coloquei uma versão falsa de um preview do terceiro romance de Tormenta para download. Para recompensar quem caiu na palhaçada, adicionei no fim o primeiro capítulo de uma idéia que tive em 2004 ou 2005: uma história seriada ambientada em Arton.

Ainda não sei quando vou continuar o projeto, mas achei que valia a pena postar para todo mundo a primeira parte contida no falso preview e a segunda, até então inédita.

Com vocês, o jovem, impetuoso e nem sempre nobre, Rykaard Ackhenbury!


As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackenbury
Episódio 1


Meu nome é Rykaard Ackhenbury.

Tá. Sei que não é nada impressionante, mas nem todo mundo tem a sorte de merecer um apelido legal como “Ironfist”. Ou “Camaleão”, pelo menos.

Bem que eu podia começar minha história contando como escapei dos goblins de Uzzurthalikk, como enganei os caçadores de cabeças ou como vivi como um guaxinim durante dois anos.
Sobre meu tempo como pirata ou como membro do Protetorado do Reino (ou quase isso).

Mas não vou.

Ao invés disso, prefiro seguir o conselho de um bardo ex-amigo meu: “ao contar uma história, comece pelo início, passe pelo meio e quando chegar ao final, pare.”

E é assim que vou começar.

Pelo começo.

* * *

Sabe aquela pintura ali na parede? Sou eu. Lá na fazenda onde cresci - embora não muito - em Petrynia, bem perto de Altrim. Tudo o que meu pai fez durante a vida foi plantar milhos e criar ovelhas. Minha mãe costurava usando sobras de tecido. Uma vida bem simples e comum, como já deve ter dado para perceber.

Tá vendo aquele garoto do lado esquerdo? De cabelo ruivo espetado? É Dreevack Kevlet (e vocês achavam que o meu nome era ruim?). Meu melhor amigo. Pelo menos costumava ser.
A família dele era bem menos normal que a minha. Na verdade, Dreevack não tinha família, por assim dizer. Os pais tinham sumido há anos e largado o menino na porta da fazenda de uma tia gorda e fofoqueira que, por um acaso, era nossa vizinha.

O povo da região inventava versões diferentes sobre a história dos pais dele e boa parte era a própria tia quem contava. A mais popular delas dizia que a mãe dele era uma orc.

Os moleques mais velhos corriam atrás do coitado depois da escola fazendo “óinc, oinc, óinc” como porcos. Erguiam as espadas de madeira e batiam no traseiro do infeliz, pulando como se tivessem matado um orc de verdade. O engraçado é que ele nem ligava. Ou não tinha coragem de reagir, sei lá. Vai ver foi isso que a gente se deu bem.

Dreevack era feio, tomava banho de vez em nunca, tinha sido abandonado pelos pais sabe-se lá por qual motivo...mas não era um meio-orc. Seu azar foi ter caído de cara de uma macieira, quando tinha só 3 anos.

Uma clériga de Lena, ordenada fazia só alguns dias, estava de passagem e se ofereceu para “dar um jeito” no rosto do menino. Pena que o que a garota tinha de bondosa, tinha de incompetente. E a Deusa da Cura devia estar ocupada em alguma outra parte do Reinado naquele dia.
No fim até que deu certo. Mas o nariz do garoto ficou empinado. Bem empinado. Suinamente empinado.

A boca ficou torta. Os olhos ficaram meio vesgos e a cara inchou de um jeito estranho e nunca mais voltou ao normal.

Enfim, Dreevack ficou com cara de...er...orc. Um orc ruivo, rosado e cheio de sardas. Mas ainda assim um orc.

Para ser sincero, eu mesmo nunca dei a mínima. Queria muito poder dizer que era uma questão de bondade e caráter, que aprendi desde cedo que não se deve rejeitar aqueles que são diferentes de você e essa coisa toda. Mas não é verdade. Eu só não ligava.

Dreevack era divertido e engraçado de um jeito meio bobo. Isso me fazia parecer muito mais esperto. Além de tudo, ele não era só meu melhor amigo. Era meu único amigo.

Acabava que, sem nada para fazer, a gente brincava o dia inteiro. Eram horas e horas inventando histórias absurdas e enfrentando monstros de mentira em meio aos pomares e bosques da redondeza. Keebard, o velho marceneiro da vila, nos dava de vez em quando umas sobras toscas de madeira para que a gente construísse fortes de mentira no quintal. Aí passavamos a tarde inteira defendendo o lugar em nome do Reinado e do bondoso Imperador-Rei.

Quando meu pai voltava do trabalho na lavoura, atacávamos o coitado como se ele fosse um gigante das colinas pronto para devorar as tortas que a minha mãe tinha acabado de colocar na janela para esfriar. Reencenávamos mais de uma vez as grandes batalhas do glorioso Cyrandur Wallas, o maior herói de Arton (desde que você seja um pretyniense), e sonhávamos com o dia em que iríamos juntos à Arena de Valkaria assistir a uma das lutas de Loriane, a Estrela. Dreevack nunca usava seu próprio nome nessas brincadeiras. Ali ele era o grande Javali, o maior guerreiro do Reinado. Ou o segundo melhor, se considerarmos o bom e velho Cyrandur..


Uma vez, ele resolveu que devíamos ser piratas. Desenhou um mapa do tesouro completo e encheu sua tia para que fizesse um par de tapa-olhos e lenços com caveira. A mulher xingava o moleque o tempo todo, mas até que gostava dele e acabou fazendo. Pensando bem, talvez fosse mais por pena mesmo.

No fim das contas o “X” do mapa marcava um lugar nada importante a uns cinquenta passos da parte de trás dos estábulos de casa.

Pegamos as pás, nossas adagas falsas e partimos.

A caminhada, lógico, era curta. Mas o trajeto foi recheado com batalhas imaginárias contra kobolds e magos maléficos que insistiam, em vão, em atrapalhar nosso planos.

Finalmente chegamos ao lugar marcado. Fizemos nossa “dança da vitória” e nosso cumprimento secreto.

Dreevack ficou tão feliz que até se ofereceu para cavar. Sentei numa pedra ao lado, mordendo uma maçã, cutucando a terra solta com os pés sujos, observando e imaginando como seria encontrar um tesouro de verdade.

Uma garrafa com um gênio capaz de conceder desejos.

Um saco de moedas de ouro cunhadas por um rei esquecido. Os ossos de um monstro lendário...

Foi quando ouvi o baque seco da pá contra algo duro.

Algo sólido.

Algo de madeira.

Cavamos juntos e depressa...e encontramos uma arca velha. Era decorada com runas e adornos dourados. Na tampa, a cabeça de uma cabra de chifres longos e olhos de rubi olhava fixamente para nós dois.

Passamos quase uma hora tentando resolver o que diabos devíamos fazer. Eu preferia levar a urna para meu pai já que aquilo parecia o tipo de coisa de adultos. E pivetes não se metem com coisas de adultos. Todo mundo sabia disso. Menos Dreevack, é claro.

Ele queria abrir a coisa de qualquer jeito e tentou me convencer de todos os modos. Primeiro com argumentos, depois com subornos e, enfim, com ameaças.

Resolvi que não daria o braço a torcer. Não por teimosia nem bom senso, mas por covardia mesmo.

Foi aí que Dreevack se irritou, agarrou os chifres da cabeça de cabra e puxou para cima com toda a força.

E a tampa abriu.

* * *

As pessoas têm mania de jogar a culpa de tudo que acontece em alguma coisa, seja para fugir da própria responsabilidade ou para encontrar algum motivo mesmo no que existe de mais inexplicável.

Os deuses.

O destino.

O acaso.

Eu não. Acho isso uma grande bobagem.


Mas se tivesse que fazer o mesmo. Se um cara colocasse uma espada no meu pescoço e me obrigasse a culpar alguém por tudo o que aconteceu, digamos que...

Bem...a culpa foi toda de Dreevack.



As Aventuras e Desventuras de Rykaard Ackhenbury
Episódio 2


Onde foi mesmo que eu parei?

Ah, sim.

Havíamos desenterrado a arca e, aproveitando um de meus vários momentos de hesitação, meu amigo Dreevack tinha agarrado a droga dos chifres de cabra que adornavam a tampa e aberto a dita cuja contra a minha vontade.

Bem, não vi muita coisa depois disso.

Uma luz azul de tons verdes e meio amarelada começou a sair de dentro do negócio. Sabe o tipo de luz que só aparece quando alguém faz uma magia que ou não vai dar certo ou é muito, muito ruim? Pois é...era esse tipo.

E já que não dava para enxergar praticamente nada, fiz o que qualquer um faria: fechei meus olhos com força. Usando o tipo de sensatez que viria a me faltar pelo resto da vida, me encolhi com as mãos na cabeça e esperei nem um pouco ansioso - embora deva confessar uma certa sensação de curiosidade na forma de uma dor de estômago aguda e intermitente - que a qualquer momento um monstro de dois metros e meio saísse de dentro da arca e me devorasse.

Ok. Você vai dizer que um monstro desse tamanho nunca caberia dentro de uma arca pequena como aquela, certo? Até concordo. Se você não for daqui, lógico. Digo, aqui de Arton. Porque no mundo que EU conheço, onde alguém arranca um pedaço de um reino e transforma numa feirinha voadora só por causa de uma aposta e uma deusa anda pra lá e pra cá em trajes sumários transformando os outros em pudins de ameixa, qualquer coisa pode acontecer. Além do mais, eu só tinha dez anos.

Pois bem. Voltando ao assunto...

Do nada o brilho começou a aumentar absurdamente. O ar começou a esquentar. A brisa virou um vento maluco que levantava as folhas secas do chão, os galhos e tudo o mais que estivesse no caminho. Até terra entrou na minha boca aberta de espanto. Devo ter engolido uma formiga ou duas também.

Depois disso veio o som.

Um barulho estranho de instrumentos de cordas quebrados, sapos coaxando e velhas cantando em falsete embaixo de uma cachoeira de pé de moleque. Ou algo bem parecido com isso.

E então... tudo parou.

Abri os olhos aos poucos, ainda meio com medo. A arca continuava lá aberta. Um brilhozinho enjoado, fraco e nada convidativo saindo de dentro.

O vento tinha parado. Os sons estranhos também. Tudo estava como antes com exceção de uma coisa.

Dreevack havia sumido.

* * *

Antes que eu continue, uma pausa para reflexão.

Em Petrynia o povo adora aventuras. Histórias de heróis e monstros. Donzelas que largam a família para provar seu valor. Homens que desafiam a tudo e a todos partindo em busca de tesouros perdidos. Todas elas. Da mais sem graça até a mais épica e inesquecível. Deve ser a única parte do Reinado onde qualquer bardo fracassado se dá bem.

A maioria dos petrynienses sonha com essas coisas. Com o grande dia em que partirão de suas casas para se aventurar pelo Reinado, na esperança de marcar seus nomes na história do mundo.

Isso acontece muito provavelmente por causa de Cyrandur Wallas, o maior herói de Arton em todos os tempos e fundador de nosso reino. Muita coisa que acontece aqui rola por causa dele, na verdade.

Muito bem, eu disse a maioria. O que, para quem não entendeu, não quer dizer todo mundo.

Mesmo com toda essa herança aventuresca, existe uma pequena parte da população que se contenta sem muito esforço em viver uma vida pacata, sentada na varanda enchendo o bucho de bolo, fumando cachimbo e só ouvindo as histórias do pessoalzinho da outra parcela. Gente que não ia se sentir nem um pouco mal se passasse a vida inteira sem ver um ogro, um demônio ou uma guerreira gostosa empunhando uma espada dupla.

Tá. Esquece a parte da gostosa.

O fato é que eu sempre pertenci àquela minoria.

Ficar brincando de enfrentar trilhões de inimigos que não existem com um machado feito de madeira podre ou fazer de conta que viajava pelo plano de Ragnar matando hobgoblins, tudo bem. Fazer isso tudo de verdade? Nem a pau..

Meu sonho era um dia herdar a fazenda do meu pai, ter uma macieira no quintal, crescer como um grande comerciante e arranjar uma bela garota para ser mãe dos meu filhos. Só isso.

Assim, quando me vi sozinho na clareira, perto da arca, pensei bastante antes de chegar a qualquer conclusão.

No fundo, no fundo, tinha certeza que Dreevack tinha se escondido enquanto eu fechava os olhos e estava pronto, naquele exato momento, para me dar um susto daqueles.

Ou talvez tivesse ido embora. Quando eu voltasse para a fazenda, ia encontrar o maldito sentado na cerca, rindo enquanto enchia a boca dos biscoitos que minha mãe fazia.
Ou então...

Ou então Dreevack tinha sido engolido, sugado pela arca e ido parar em algum lugar terrível. Alguma dimensão assustadora, cheia de coisas terríveis que provavelmente machucavam, espetavam e mastigavam.


Ou de monstros de dois metros e meio que não cabiam em arcas daquele tamanho.

* * *

Quando você é adulto e fica com medo, é só fazer cara de mau e sentar a espada na cabeça de alguém que está tudo resolvido. Quado sé é criança, você tem vontade de correr para o colo da sua mãe e depois se esconder embaixo da cama por mais ou menos uns quinze anos. E era exatamente o que eu queria fazer naquela hora.

O problema é que Dreevack era meu amigo. Pior que isso...era meu melhor e único amigo. E se tem uma coisa que meu pai me ensinou é que não se deixa alguém assim em apuros.

Olhei para o baú aberto, a luz rodopiante refletindo em meu rosto e com o misto de coragem e medo que só um garoto de 10 anos é capaz de sentir, pulei para dentro.
Precisava salvá-lo e nada iria me deter.

* * *

Pelos deuses...

Como eu era imbecil!


Aguardo comentários.:)

Cheers!

T.

Sunday, July 20, 2008

100!

Yo!

Não sei se alguém notou, mas esse post que você está lendo exatamente agora é muito importante. Não é o principal do ano, mas é importante mesmo assim.

Trata-se do centésimo post de 2008. Para vocês talvez não signifique muito, mas para mim tem bastante significado. Simboliza o empenho em manter o blog andando e uma crescente nesse entusiasmo, coisa que vira e mexe eu duvidava que ia acontecer.

Sempre tive o costume de começar muita coisa e terminar poucas delas. Nos últimos anos tenho começado poucas coisas e não terminado quase nada.

O blog, o podcast e a atenção de vocês mostram que "ainda dá". Que o entusiasmo em escrever e criar ainda existe absurdamente bem escondido em algum lugar. É só uma questão de tempo até que ele volte. Falta só saber se ainda falta muito ou se falta pouco.

Obrigado a todo mundo. Falta pouco para o aniversário.

Cheers!

T.

Friday, July 18, 2008

SPAM of the Week #3

Yo!

Essa merece ser colocada na íntegra.


BRITISH NATIONAL LOTTERY LONDON, UK.

PRICE AWARD DEPARTMENT.
Ref: UK/0274K82/10
Batch: 172/104/ZY370

We the Board and Management of the British National
Lottery happily announce to you the draw (#251) of
the British National Lottery, online Sweepstakes
International program held on the 19th of July, 2008.
Your e-mail address attached to ticket number:
56418590625188 with Serial number 9274/102 drew the
lucky numbers: 04078840032439 (bonus number 7), which
subsequently won you the lottery in the second category.

You have therefore been approved to claim a total sum
of £1,000,000 (ONE MILLION POUNDS) in cash credited
to file KTU/5572001832/169. Your fund is now deposited
with a security company insured to your name. Due to
mixed up of some numbers and names, we ask that you
keep this award top secret from public notice until
your claim has been processed as this is part of our
security protocol to avoid double claiming or
unwarranted taking of advantage of this program by
participants.

All participants were selected through computer ballot
system drawn 12,000,000 names from the World Wide as
part of our International Promotion Program which we
conduct once every year.

To begin your claims, please contact your claims
agent,

Mr.Hillary Martins.
The Foreign Service Manager by
E-mail (hillarymartinservicess@live.com)
Tel: + 44 (0) 704 570 6633 You are to fill the below
details for documentation.

Full name:
Country:
Contact address:
Age:
Sex:
Marital Status:
Occupation:
Phone number:
Current Email:

NOTE: in order to avoid unnecessary delays and complications
, please remember to quote your reference and batch number
in every of your correspondence with us or your agent.
furthermore, should there be any change of Address, do
inform your claims agent as soon as possible.

Congratulations again from all our staff and thank you for
being part of our promotions program.

Yours Sincerely.
Mrs.Kitty Anderson.
LOTTO CO-ORDINATOR.

--
Saunalahti Ykkönen: Puhelut kaikkiin liittymiin 0,069 e/min
ja nyt kaupan päälle Sisärengas-puhelut ja tekstarit
viiteen valitsemaasi liittymään 0 e!http://saunalahti.fi

Ou seja: fiquei rico e não sabia.

Cheers!

T.

Thursday, July 17, 2008

Watch This!

Hey!

Até pensei em falar um pouco sobre a importância de Watchmen, destrinchar o trailer, comparar com a obra original e dividir com vocês a minha expectativa, mas resolvi que valia a pena deixar todos estes assuntos para discutir com meus comparsas Breno, Igor e Zuleba Jones no próximo podcast.

Enquanto isso, confiram vocês mesmos a quantas anda o trabalho do diretor Zack Snyder.



Cheers!

T.

Wednesday, July 16, 2008

Agora Eu Sou Chinês?

Hullo!

Engraçado esse negócio de Olimpíada.

Entrou no ar nas últimas semanas a campanha nova do Mc Donalds, onde todo mundo aparece dando uma de chinês, comendo o novo lanchinho "com molho oriental" (yeah, right) e fazendo graça. Também acho interessante os programas que mostram a China só como um país interessante, preocupado em mostrar sua cara ao mundo e tudo mais.

Nada contra os chineses ou a cultura do país, de modo algum. Mas parece que de repente a tirania de Pequim, o problema do Tibet, o rígido controle de informação e liberdade de expressão que pareciam tão importantes para o ocidente há alguns meses, foram convenientemente varridos para debaixo do tapete em prol do espírito olímpico.

E por espírito olímpico entenda-se vender chaveirinhos das olimpíadas, camisetas, bonés, lanches, celulares e o diabo a quatro.

Mês passado traduzi um texto para a Rolling Stone Brasil que tratava justamente do sistema montado pelo governo chinês para cadastrar e vigiar seus cidadãos. Sistema que - surpresa das surpresas! - vem sendo construído justamente com a ajuda de grandes empresas ocidentais.

Para ler um trecho da matéria, basta clicar no link. Para o artigo inteiro, só comprando a edição número 22 da RS Brasil que já está nas bancas e tem na capa o candidato à presidência norte-americana, Barack Obama.

Cheers!

T.

Friday, July 11, 2008

Games Remixed!

Opa!

Não sei vocês, mas eu adoro trilhas de games.

Hoje em dia fica mais fácil , já que a maioria dos games têm um nível de investimento na parte sonora praticamente equivalente ao que Hollywood dedica a seus filmes. Até maior, na verdade, se considerarmos a duração absurda de jogos como Metal Gear ou qualquer Final Fantasy, para citar só dois exemplos.

Mas a real é que mesmo os blips e blops dos jogos de antigamente tinham seu charme. Temas como o de Super Mario Bros. e Sonic the Hedgehog se tornaram praticamente patrimônios da cultura pop mundial. Na procura por faixas que pudessem servir de fundo para o segmento de games do Carecast #2, acabei tropeçando em um site bem interessante.

O Overclock Remix serve de central de download para uma variedade absurda de remixes feitos a partir de trilhas de games modernos e antigos. É possível fazer pesquisas pelo nome do jogo, autor e plataforma. Cada uma das faixas pode ser baixada ou ouvida no próprio site e conta com resenhas bastante aprofundadas, aparentemente feitas por um corpo de jurados do próprio site.

Vale a pena passar algumas horinhas procurando alguma versão dançante do tema do seu jogo preferido. Quem sabe você não encontra algo tão bizarro quanto isso?

Cheers!

T.

Wednesday, July 09, 2008

Record of the Year!

Ae!

E não é que semana passada o blog bateu um record e eu nem falei nada? Que cabeça a minha! Deixar passar uma oportunidade tão clara e fácil de me gabar perante meus milhões de fãs no mundo todo. Tsc,tsc.

Palhaçadas a parte, este é o post de número 95 do ano. O que quer dizer que ultrapassei amarca de posts anuais estabelecidaem 2007 (no caso, 87 posts no ano todo). E ainda estamos em julho! Não é o máximo?

Em breve chegaremos ao post número 100! E mês que vem tem aniversário de dois anos de blog!

Holy Molly!

Cheers!

T.

Blogs!

Aye!

Se me lembro bem, já deve fazer um bom tempo que não dou nenhuma indicação de blogs legais por aqui. E já que apareceram pelo menos duas obras de amigos que valem nem que seja só uma espiadinha (valeu Bial!), acho que chegou a hora.

SUBÁCA 1.2 - blog do Luiz (vulgo Sutileza) sobre reclamações, picuinhas, notícias do mundo real e críticas com alto índice de criatividade. Já divulguei uma outra empreitada dele por aqui, mas o desgraçado insiste em trocar de blog como troca de cueca (considerando que ele troque a cueca com a mesma frequência). Ajudem ao mundo visitando a página e garantindo que esta seja a última vez.

Smiling Dollies - na descrição ele diz que é o Fernando. Mas na verdade é o Pickles: um ser randômico intergaláctico com idéias e pensamentos aleatórios sobre praticamente tudo, menos o que realmente interessa. O blog dele segue meio que essa mesma linha. Às vezes.

Cheers!

T.

Chatting With God

Yo!

Depois de postar sobre meu filme, não sei porque diabos (diabos? Uops! Foi mal!) me deu uma vontade repentina de falar com Deus. Sabe como é... aquele papo intimista e particular de um mortal para uma divindade onipotente, entendem?

Abaixo segue o teor da conversa (em inglês, porque Deus só fala língua de primeiro mundo):

Me: Hello god

God: Hello child. What is your name?

Me: Mauro

God: Hi there Mauro.

Me: How's up there?

God: Fine as far as I know. All things ok here too ?

Me: Pretty much

God: Be more specific.

Me: I mean, it's all ok and well with me

God: OK with me too.

Me: So...it is hard to be a god?

God: Aha. Why not?

Me: C'mon. Seriously.

God: Do you always express yourself that way? I am always serious.

Me: Sorry

God: There's no need to apologize.

Me: Ok. Do you like sex?

God: Yippee! Sure I do, Mauro, but that doesn't mean with you.

Se você também tem perguntas pertinente para fazer ao Todo-Poderoso, é só clicar no link.

Cheers!

T.

Landau 66 - O Trailer!

Hola!

Todo mundo lembra quando eu contei que fiz um filme, certo? Lógico que lembram! Pois bem. Meu diretor preferido, Fernando Sanches me mandou hoje de presente o link para o primeiro trailer de "Landau 66", curta-metragem com roteiro deste estimado e auto-proclamado doutor que vos fala, com direção do supra-citado Fernando Sanches e participação de Pedro Carvalho, Ricardo Gelli, Victor Ribeiro, Thais Simi e Carina Sacchelli.

A trilha sonoroa é de Lucio Maia (Nação Zumbi, Maquinado) e a produção é da Prodigo Films.

Assistam, divirtam-se, espalhem, divulguem, crescei-vos, multiplicai-vos, etc, etc, etc...



Cheers!

T.

Friday, July 04, 2008

Carecast #2 - The Making of!

Heil!

Deixa eu adivinhar: você, ouvinte que é fã do Carecast, sempre se perguntou como são os bastidores das gravações certo? Como agem, em que ambiente vivem, que tipo de aspecto asqueroso e aterrador têm as brilhantes mentes que com suas melodiosas vozes espalham tanto conhecimento pelos quatro cantos da World Wide Web?

Bem, finalmente sua curiosidade será saciada. Desta vez são apenas fotos (tiradas e gentilmente cedidas pelo Igor). Quem sabe da próxima a gente não faz um vídeo?*

Zuleba Jones, seu agasalho verde e Breno "Mái Lôco Que o Bátima" Tamura


O cérebro por trás da mágica da edição. Sim, estou falando do computador


Dr. Careca e Zuleba Jones repassam o (cof,cof) roteiro


Igor medita enquanto planeja enforcar Dr. Careca com o fio do microfone

Cheers!

T.
*se dependesse do Igor, a gente JÁ tinha feito um vídeo.

Fallen Art

Ae!

Hoje é o dia da indicação de vídeos legais. Como já disse, não sou muito adepto desse tipo de picaretagem pra encher linguiça em blog, mas como a minha intenção não é encher linguiça e o vídeo vale a pena, vamo lá. A indicação desta vez foi do Cassaro.

Chama-se "Fallen Art", curta de animação 3D idealizado por Tomek Baginski. Clique no link para acessar o site oficial.



Cheers!

T.

Thursday, July 03, 2008

A Extraordinária História da Incrível Taça que Fugiu

Hey!

Ontem foi uma noite em que tudo, tudo mesmo parecia dar certo para o Fluminense.

A torcida lotou o estádio, o Rio estava em festa, o time reagiu bem ao gol tomado logo no comecinho da partida e, ao fim do tempo regulamentar, tinha conseguido a difícil tarefa de marcar três gols. Feito que arrastaria pelos cabelos a partida até uma sofrida prorrogação.

Tudo graças à uma atuação brilhante de Thiago Neves. Que se fora do campo foi um profissional questionável quando acertou contrato com o Palmeiras para depois voltar atrás (e nós, palestrinos, tivemos que nos contentar com o garoto Lenny), dentro de campo mostrou que é, sem dúvida, um dos raros jogadores no atual futebol brasileiro capazes de carregar às costas o número 10.

Tudo parecia devidamente encaminhado para uma festa de proporções gigantescas. Tudo parecia dar certo para o Fluminense.

Parecia.

O jogo cauteloso - comum a qualquer prorrogação - e a ida para os penaltis, mataram o tricolor das laranjeiras. Tanto se falou durante a semana da certeza de Renato Gaúcho, da convicção ao dizer que o Flu sairia do Maracanã campeão, de seu quase-discurso dizendo que "se eles fizerem um, faremos dois e se fizerem três, faremos quatro", tanto se martelou a idéia de que se o Fluminense ainda não era campeão era apenas porque os deuses do futebol ainda não haviam se juntado para assistir o jogo, que todo mundo acreditou.

E a estratégia do ex-ponta direita até que funcionou.

Funcionou porque o time transformou essa confiança toda em força de vontade.E a cada gol a confiança se transformava em certeza. Quando Tiago Neves fez o terceiro, ninguém mais tinha a menor dúvida de que o time faria o quarto. Mas o quarto gol não veio.

A certeza do tempo normal virou dúvida na proporrogação. E quando o juiz apitou o fim do jogo e o prenúncio dos penaltis se fez único fato irrevogável no gramado, a dúvida virou responsabilidade. E a responsabilidade virou uma obrigação pesada demais para os jogadores, demonstrada principalmente no choro de Washington ao sair de campo.

Quando questionado sobre o que havia faltado para a vitória, Thiago Neves respondeu que "não faltou nada". E talvez realmente não tenha faltado. O Fluminense correu atrás da taça enquanto teve pernas. No fim, por uma daquelas circunstâncias sobrenaturais que os tricolores conhecem tão bem, foi a taça quem fugiu.

Cheers!

T.

The Joker!

Opa!

Hoje o Igor me apareceu no messenger com um link para os primeiros cinco minutos de "Batman - The Dark Knight" . Na real, não sou muito fã dessa nova política de Hollywood, de mostrar praticamente o filme inteiro antes da hora, na forma de previews e trailers... mas sabe como é. A continuação do ótimo "Batman Begins" (ou "Batman Baggins", para os fãs de "O Senhor dos Anéis") vem gerando tanta expectativa que não aguentei. Segue abaixo o diálogo que tivemos depois que eu assisti o trecho:

JM - Fuck.

JM - Preciso de um cigarro.

JM - Merda.

JM - Não fumo.

Igor - Foda né?

JM - Take that Mr. Nicholson and Mr. Burton.

Deste modo, como todo o conhecimento útil para o desenvolvimento do ser humano enquanto raça deve ser compartilhado, aqui vai o tal vídeo. A qualidade é tosca mas sei lá...eu não me arrependi de ter visto.



Cheers!

T.